sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

GAMELEIRA na APA da Pedra do Elefante é alvo de vândalos

Vista da gigantesca Gameleira (Ficus sp) na Área de Proteção Ambiental da Pedra do Elefante. Localidade de Serra de Baixo - Nova Venécia (ES). Foto: Rogério Frigerio Piva, 25/10/2009.


Por Rogério Frigerio Piva



Uma das jóias existentes na Área de Proteção Ambiental da Pedra do Elefante – a árvore popularmente conhecida como Gameleira (Ficus sp) que, segundo informações do Instituto Estadual do Meio Ambiente - Iema -, teria mais de uma centena de anos e cerca de 5 metros de diâmetro, foi alvo da ação de vândalos que deixaram seus registros indesejáveis nas raízes da mesma.

No dia 04/10/2009, ao levarmos amigos para conhecer a exuberante e gigantesca gameleira, que é um importante patrimônio natural veneciano, pudemos constatar até onde vai a “imbecilidade” do ser humano, se é que alguém que comete um gesto tão ridículo como aquele pode ser chamado de “humano”.

Detalhe das raízes da Gameleira (Ficus sp) na APA da Pedra do Elefante onde se vêem as pichações com tinta verde com as iniciais "EO" e "FG 2009". Localidade de Serra de Baixo - Nova Venécia (ES). Foto: Rogério Frigerio Piva, 25/10/2009.



Utilizando tinta verde, um ou mais vândalos picharam algumas das raízes com suas iniciais e ainda dataram o que eles devem acreditar ter sido um “grande” feito. Infelizmente, os atos de vandalismo contra a árvore são mais antigos. Observando atentamente as suas raízes que, segundo a prefeitura municipal de Nova Venécia, ultrapassam 1,80 metros de altura, em alguns pontos, pode-se perceber que indivíduos insistem em gravar com canivete seus nomes ou iniciais nelas.

Outro detalhe das raízes da Gameleira (Ficus sp) na APA da Pedra do Elefante onde se vêem as pichações com tinta verde com as iniciais "FG" e o nome "Maykon". Localidade de Serra de Baixo - Nova Venécia (ES). Foto: Rogério Frigerio Piva, 25/10/2009.


Apesar de agredir a árvore estes atos não interferiam na sua beleza cênica. A novidade é que, agora, quem for fotografar terá que escolher ângulos que não mostrem as pichações.

A popular Gameleira da Pedra do Elefante como também é conhecida, tem um porte gigantesco e chama a atenção de quem vai contemplá-la. Segundo a já citada administração municipal, a árvore teria mais de 15 metros de altura.

As terras onde a árvore se localiza foram desbravadas no final do século XIX, por volta de 1870, pelo major da Guarda Nacional Antônio Rodrigues da Cunha, mais tarde agraciado por D. Pedro II com o título de Barão de Aymorés, onde o mesmo constituiu sua fazenda denominada “Serra dos Aymorés” no sertão do que então era o antigo município de São Mateus.
Se for de fato centenária, a Gameleira viu o derrubar da mata local pelos escravos africanos para o cultivo do café, bem como a chegada de migrantes nordestinos e imigrantes italianos nos primórdios da colonização das terras venecianas. Certamente antes de tudo isso, pode ter sido abrigo para tribos de índios botocudo, como a dos Giporok, que erravam por nossas matas antes da colonização.

Nos anos 1990, ela se tornou centro de uma manifestação religiosa. Muitos acreditam que no local ocorra a aparição de Maria de Nazaré, mãe de Jesus, que foi ali chamada de “Mãe dos Peregrinos” e recebeu até um pequeno santuário construído por devotos em uma escarpa rochosa logo acima da pequena faixa de mata a qual se tem acesso pela Gameleira.

Com a criação da APA da Pedra do Elefante, em 2001, a Gameleira passou a ser mais divulgada como ponto turístico.


Para saber mais sobre a APA da Pedra do Elefante acesse:

http://www.meioambiente.es.gov.br/default.asp?pagina=16715

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