segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A Imigração Italiana e o Núcleo Colonial de Nova Venécia: Uma saga de 124 anos (1888-2012)

Foto 01 – Detalhe da obra A saída dos imigrantes, de Angiolo Tomasi, pintura sobre tela de 1896. Acervo: Galeria de Arte Moderna em Roma, Itália.


Foi em 1888 e não em 1890 que chegaram os primeiros italianos às terras do atual município de Nova Venécia. Esta pesquisa, ainda em andamento, já constatou que, entre 1888 e 1897, mais de 600 italianos (dentre homens e mulheres, adultos e crianças) chegaram a estas terras.

  
Por Rogério Frigerio Piva*

O ano era 1887 e o governo da antiga Província do Espírito Santo, prevendo o fim da escravidão, tratou de dotar os vales dos rios Itapemirim e São Mateus de Comissões de Medição de Terras. Tais comissões foram responsáveis pela criação de núcleos coloniais, cuja função, era atrair imigrantes europeus para essas regiões, onde se poderia “seduzi-los” para trabalharem nas fazendas.

Devemos compreender que neste momento, o preconceito dos antigos senhores, aliado à sede de liberdade dos ex-escravos, foram os principais fatores que levaram a crise da mão-de-obra que sobreveio nas fazendas. Muitos fazendeiros não admitiam o fato de tratar como empregados assalariados aqueles que haviam sido sua propriedade, presos como estavam à antiga mentalidade escravista. Por outro lado, muitos escravos, ao se verem livres, abandonavam as fazendas que tantas lembranças ruins lhes traziam.

Havia ainda a intenção do Governo Imperial que visava “embranquecer” a população com a introdução de imigrantes europeus. Nesta época, a maioria dos habitantes de São Mateus era negra.
Em 1888 foi criado o Núcleo Colonial de Santa Leocádia, situado, aproximadamente, a 23 km a oeste da cidade de São Mateus, às margens do córrego Bamburral e seus afluentes. A direção deste ficou a cargo do engenheiro Gabriel Emílio da Costa.

Em outubro de 1888 o núcleo recebeu a sua primeira leva de imigrantes italianos. Vieram no navio a vapor Ádria. Este navio, ou bastimento, como diziam os velhos italianos, pertencia à companhia Navigazione Generale Italiana – NGI e tinha a capacidade de transportar aproximadamente 1.500 passageiros por viagem. Era um dos mais velozes, percorrendo o trajeto Gênova a Vitória entre vinte e vinte e um dias. Esses imigrantes, chegando a Vitória, fizeram “quarentena” em uma hospedaria improvisada no centro da cidade, aguardando o navio Mathilde, de bandeira nacional, que fazia linha regular entre o Rio de Janeiro e o Sul da Bahia passando pelo Espírito Santo. O embarque no Mathilde se deu a 1º de outubro e, de Vitória, seguiram para o porto de São Mateus, onde desembarcaram dois ou três dias depois, ou seja, há exatos 124 anos atrás.

Foto 2- “Da esquerda para a direita, os vapores da NGI: Pó, Ádria e Sirio fundeados no porto de Gênova nos últimos idos do século XIX”. Imagem e texto disponíveis em http://www.novomilenio.inf.br/rossini/sirio.htm  

1888: As primeiras famílias italianas chegam a Serra dos Aymorés.

Eram 87 pessoas naturais das regiões da Lombardia e do Vêneto, norte da Itália, que, ao chegarem a São Mateus foram alojadas em um barracão localizado em terreno aos fundos do cemitério da cidade. Grande deve ter sido a curiosidade tanto de italianos quanto de mateenses, devido ao contraste de culturas.
Todos os colonos deveriam prosseguir para Santa Leocádia. Ocorre que, por pressão dos fazendeiros junto ao presidente da Província, Dr. Henrique Moscoso, parte das famílias foi destinada às fazendas da região da Serra dos Aymorés (atualmente Nova Venécia).

Foto 03 – Vista do porto da cidade de São Mateus em 1916, ainda bem parecida com a que os primeiros imigrantes tiveram quando nele desembarcaram em outubro de 1888. Acervo: Rogério Frigerio Piva
  • Para a Fazenda da Serra dos Aymorés (Serra de Baixo), pertencente ao major Antônio Rodrigues da Cunha, foram encaminhadas as famílias de: Giovanni BERTOLDI, Giovanni Battista CORRADINI e da viúva Maria ZANFERRARI (Família PONTARA), num total de 13 pessoas. 
  • Para a Fazenda da Boa Esperança (Serra de Cima), do comendador Matheus Gomes da Cunha foram as famílias de: Domenico SARTORI, Domenico BASSI, Domenico PERUZZI, Antonio ZANETTI e Angelo MANZANI totalizando 14 pessoas.
  • Para a Fazenda da Terra Roxa, do Dr. Constante Sudré, foram as famílias de: Domenico BERNARDI, Domenico BIASI, Pietro PERONI, Paolo ZACHINELLI, Rafaele MORO e Pietro GALLINA, totalizando 12 pessoas.
  • Para a Fazenda da Gruta, do Dr. Antônio Sudré, foram as famílias de: Luigi APRILE e Battista BENEVENUTTI, totalizando 04 pessoas.
Estes foram, portanto, os primeiros italianos a chegar à região do atual município de Nova Venécia no ano de 1888 e formavam um grupo de 43 pessoas.

Devido ao não cumprimento das promessas feitas pelos fazendeiros aos imigrantes, parte retirou-se para o Núcleo Santa Leocádia e outros, seguiram para Vitória a fim de alcançar novos destinos.

Além da abolição do trabalho escravo e da chegada dos primeiros imigrantes italianos, o ano de 1888 também foi marcado pela retomada da migração de retirantes nordestinos para São Mateus, dos quais, a primeira leva chegou àquele porto no início de dezembro e era composta principalmente por mulheres e crianças que fugiam dos horrores da seca no Ceará, a província mais afetada.
  

1889: Dentre as famílias do Vêneto predominam os veroneses.

Em meio à chegada de retirantes nordestinos desembarcaram no início de janeiro de 1889, no porto de São Mateus, mais imigrantes italianos. Vindos numa segunda viagem do navio a vapor Ádria, estes, assim como os imigrantes da primeira leva, também eram destinados ao Núcleo Santa Leocádia, mas alguns deles se dirigiram para as fazendas da Serra dos Aymorés como os chefes: Giacomo GUERRA, Simone FAZION, Pasquale MERLIN, Luigi PETTENE, Luigi GATTI, Carlo FLANGIN (hoje FRANGINI) e Angelo PIOMBIN, como suas respectivas famílias. Eram quase todas provenientes da Província de Verona e, no dia 17 de Janeiro de 1889, chegaram à fazenda do major Antônio Cunha.

Desta mesma leva, algumas famílias ficaram na Fazenda Terra Roxa do Dr. Constante Sudré, das quais, lembramos das de Giovanni CAPUZZO (hoje CAPUCHO), Romoaldo PASETTO (hoje PASITTO), Natale BELLÈ e Angelo CAVALER (hoje CAVALLERO).

Ainda neste ano (1889), em março, também no Ádria, vieram para fazenda do major Antônio Cunha: Nicolò CADORIN (de Treviso), Francesco ROGIN (incluindo seu neto Marcello Ismaele ORTOLANI) (de Pádova) e Pietro FACCIN (de Vicenza) com suas respectivas famílias.

Foi também neste ano de 1889, há aproximadamente dois meses antes da Proclamação da República, que o major Antônio Rodrigues da Cunha foi agraciado com o título de BARÃO DE AYMORÉS, por ser o fazendeiro mais rico e de maior projeção política no norte do Espírito Santo, além do fato de ter contribuído bastante para o desbravamento do sertão de São Mateus.

Outro fazendeiro que teve grande destaque neste período foi um sobrinho do barão, que era proprietário da Fazenda Terra Roxa, o Dr. Constante Gomes Sudré. Ele chegou a ocupar o cargo de presidente (hoje governador) do Estado por duas vezes no final do século XIX.

No ano de 1890 dos escassos desembarques no porto de São Mateus, somente um imigrante, Sante ROGIN, se destina a região. Neste mesmo ano (1890), assume a direção do Núcleo de Santa Leocádia o Dr. Antônio dos Santos Neves, o qual procede as primeiras medições de lotes coloniais no Córrego da Serra.
  

1891: Após a calmaria do ano anterior, se intensificam as chegadas dos imigrantes às fazendas.

   
Em 1891 novas viagens do vapor Ádria trouxeram mais imigrantes para as fazendas da região da Serra dos Aymorés como as famílias de: Pasquale VALENTE, Beniamino CALLONI (hoje CARLONI), Santo BAROLO, Francesco CAMPAGNOLA, Daniele LORENZI (hoje LOURENÇO), Raimondo ROSATO (hoje ROZZATI), Giovanni RIGHETTI, Antônio SCAMPARLE, Antonio BANZA, Luigi BOLDRIN, Giusto BORTOLETTO, Simone BELLUZZO (hoje BELUCIO), Giovanni COPPO, Antonio CASATO (hoje CASOTE), Domenico DANIELETTO, Luigi FANTICELLI, Santo GIBELLATO, Luigi MIOTTO, Giuseppe MIRANDOLA, Giovanni Evangelista MIRANDOLA, Bortolo NARDOTO, Fortunato PRIOR (hoje PRIN) e Bernardo VIALETTO dentre outros.

Ao findar o ano de 1891 foram desembarcados em Vitória os imigrantes do vapor Birmânia, pertencente à mesma companhia de navegação que possuía o vapor Ádria e, assim como ele, com grande capacidade para o transporte de passageiros. Como nas outras levas, após “quarentena”, agora na recém-construída Hospedaria de Imigrantes da Pedra d’Água, na baía de Vitória, seguiram nos vapores nacionais Lucia e Mayrink para o porto de São Mateus de onde, um pequeno grupo, dirigiu-se para o Núcleo de Santa Leocádia e, a grande maioria, se destinou as fazendas da região de Serra dos Aymorés, como as famílias de: Lorenzo ISACHINI, Sante MAGRINELLI, Giovanni LIVIO, Pietro DELLAVEDOVA (hoje DELEVEDOVE), Eugenio OLIVIERI (hoje OLIVEIRA), Alessandro MENFI, Luigi FRIZIERO (hoje FRIGERIO), Davide MAZARINI, Antonio ZANON, Francesco Antonio CAPELETTI (hoje CAPELETO), Vittorio CAPELETTI (hoje CAPELETO), Luigi VIDOTTO, Domenico GASPARINI, Natale GASPARINI, Beniamino BERCAVELLO (hoje BELCAVELO), Pietro PACCAGNAN (hoje PACANHÃ), Giulio BRAIDA, Antonio BIRAL, Marco CEBIN (hoje SEBIM), Giovanni PUTTIN, Angelo CONTARATO, Giuseppe FONTANA, Angelo CALATRONI, Antonio BUSATTO, Andrea MACCARINI, Lodovico LAVAGNOLI, Francesco FERRUGINI, Luigi SABADINI, Pasquale CIAROTTO (hoje CHEROTO), Francesco MESTRINELLI, Luigi SALVADEGO (hoje SELVATICO), Luigi MILLERI, Antonio BONOMETTI, Ferdinando BONOMETTI, Luigi BONOMETTI, Antonio VECHIATTO, Antonio BOÀ, Giuseppe GIACOMINI, Filippo MUNARIN, Cristiano Antonio BONOMO, Osvaldo BETTIN, Angelo BRAGAGNOLO, Giacinto COLETTO, Bortolo DENONI e Luigi PIEROBON (hoje PEDRO BOM). Estas famílias, em sua maioria, eram procedentes das províncias de Pádova, Verona e Treviso, na região do Vêneto.

 Foto 04 – Família de Modesto FRIZIERO (hoje Frigerio) e Ida FONTANA, em Vitória, no início da década de 1920. Ambos vieram da província de Pádova no vapor Birmânia, em dezembro de 1891, acompanhando os pais Luigi FRIZIERO e Giuseppe FONTANA. Acervo: Olinda Frigeri.

 1892: Surge oficialmente o Núcleo Colonial de Nova Venécia.

Até o ano de 1892, todos imigrantes estabelecidos na região da Serra dos Aymorés, que atualmente compreende o nosso município, se empregavam nas fazendas de café como meeiros e/ou diaristas. Foi neste mesmo ano (1892) que um sobrinho do Barão de Aymorés, chamado Dr. Antônio dos Santos Neves, já à frente da direção do Núcleo de Santa Leocádia, criou o Núcleo Colonial de NOVA VENÉCIA.

 Foto 05- O diretor do Núcleo Colonial de Nova Venécia, Dr. Antônio dos Santos Neves. Responsável por batizar o núcleo com o nome de "Nova Venécia". s/d. Acervo: Rogério Frigerio Piva
  
Primeiramente, projetou-se uma nova “seção” para o Núcleo Santa Leocádia, mas devido à extensão desta nova seção e a distância para com a sede do mesmo, ela acabou tornando-se núcleo, cujo nome, dado por ele, fazia alusão à região do Vêneto, que tem por capital a cidade de Venezia (Veneza para os brasileiros). Diga-se de passagem, a maioria dos imigrantes chegados até aquele momento, era da Região do Vêneto.

O novo núcleo se subdividia em várias seções que acompanhavam o curso do rio Cricaré ou de seus afluentes como: Seção Rio Preto (onde se estabeleceram os imigrantes anteriormente chegados as Fazendas da Terra Roxa, Gruta e Destino), Seção Córrego da Serra (que recebeu os imigrantes da fazenda do Barão de Aymorés), Seção Pip-Nuk (onde predominavam imigrantes da fazenda do coronel e comendador Matheus Cunha). Havia ainda as seções de Córrego Aguirre (hoje no distrito de Nestor Gomes) e Rio São Mateus abaixo (da sede do núcleo). Observa-se que, apesar da forte presença de italianos, haviam muitos lotes ocupados por brasileiros. Inclusive, subindo rio acima, no córrego da Boa Esperança, a ocupação não foi feita pelo governo, mas pelos próprios colonos que eram quase todos nordestinos.

A sede do Núcleo Colonial de Nova Venécia foi estabelecida no alto do morro próximo a foz do córrego da Serra (hoje morro da igreja matriz de São Marcos), onde foi construído um barracão para albergar, provisoriamente, as famílias recém-chegadas. Este barracão ficava onde hoje se encontra o Laboratório São Vicente. E foi por causa dele que a vila, depois, cidade de Nova Venécia foi conhecida por BARRACÃO pelos antigos.

Foto 06- Vista da Vila de Nova Venécia por volta de 1925. Neste local foi estabelecida, em 1892, a Sede do Núcleo Colonial de Nova Venécia. Acervo: Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.
  
Entre 1892 e 1897 ainda chegaram as famílias de Alessandro FABEN, Angelo TONIN, Saverio MARINELLO, Bernardo CHIARELLI (hoje CHARILLI), Clemente CEGLIA (hoje SÉLIA), Pellegrino ROMANO, Domenico TAGLIAFERRI, Nicola DI FUSCO (hoje DE FRESCO), Aldo MARANI (hoje MARRANE), Federico SUIN, Pietro ROSA, Giovanni PANZERI e seu irmão Silvestre PANZERI (hoje PANCIERE), Antonio FRIGERIO, Carlo FRIGERIO, Caetano FRIGERIO, Francesco TENTORI, Giosuè AIROLDI, Antonio CESANA (hoje CEZANA), Giuseppe DREON (hoje ADRIÃO), Andrea FUGULIN, Antonio VISMARA (hoje VISNARA), Gioachino COLOMBO, Eugenio SANDRI, Giovanni Battista VIDA, Carlo CEREDA, Andrea LEONARDI, Emilio FANTICELLI, Luigi BRUZELLO e Carlo TAGLIAFERRI (hoje TALIAFERRO) dentre outros.
Foto 07- O imigrante Raffaele CEGLIA (hoje Sélia) veio com 13 anos no navio Città di Gênova, acompanhando o pai Clemente CEGLIA em 1893. Era da Província de Caserta na Região da Campânia, cuja capital é a cidade de Nápoles, daí seu sugestivo apelido "Rafael Napolitano". s/d. Acervo: Neuza Sélia.

Pelo que apuramos até o presente momento, as entradas das primeiras levas de imigrantes chegadas diretamente da Itália com escala em Vitória não extrapolaram ao ano de 1897 quando houve um recenseamento dos Núcleos de Santa Leocádia e Nova Venécia.

Contudo já identificamos que entre os 1.856 imigrantes italianos, dentre homens e mulheres, adultos e crianças, desembarcados no porto da cidade de São Mateus no período de 1888 a 1900, mais de 600 vieram para a região que hoje compõe o município de Nova Venécia. Destacamos que apesar de exaustivo a relação das famílias, ora apresentada pode conter incorreções na grafia dos sobrenomes e até mesmo lacunas.

Em escala muito reduzida houve a vinda de imigrantes portugueses e espanhóis neste mesmo período, mas destes, muitos acabaram por deixar a região.

Diferente de outras regiões de colonização, em Nova Venécia predominou a miscigenação entre os italianos e os ditos “nacionais”, sobretudo as famílias de retirantes nordestinos, bem como de negros, o que mostra que em nossa terra, apesar do choque de culturas, houve integração desde o princípio.

Hoje celebramos a memória destas famílias pioneiras que em conjunto com descendentes de africanos, migrantes capixabas, cearenses, baianos, mineiros, descendentes de alemães, pomeranos e sírio-libaneses, dentre muitos outros, colonizaram a nossa NOVA VENÉCIA.
  
*Rogério Frigerio Piva é natural de Nova Venécia, Graduado em História pela UFES, Professor, Historiador. Trabalhou no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, onde ocupou diversos cargos entre 1998-2008. É Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo - IHGES e da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais - ABEC, Editor e Autor dos Blogs Projeto Pip-Nuk (www.projetopipnuk.blogspot.com) e COEMETERIUM: Notícias e Estudos Cemiteriais (www.kimitirion.blogspot.com) e Coordenador do Grupo de Canção Italiana “Coral Augusto Zaché”.


O presente artigo "A Imigração Italiana e o Núcleo Colonial de Nova Venécia:: Uma saga de 124 anos" foi publicado, de forma mais reduzida, na página 23 da edição nº 2.698 de 20/10/2012 do jornal "A Notícia" de Nova Venécia-ES.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Nova Venécia comemora 124 anos de Imigração Italiana com a I FESTA DA TAIADELA

Evento beneficente pretende celebrar a memória dos antepassados e valorizar a cultura deixada pela imigração no município.

Força da Tradição: Membros do Grupo de Canção Italiana Augusto Zaché e do Grupo de Dança "I Bambini di Tutti i Colori" confraternizando no 3º Almoço Italiano realizado em 2011 no Lions Clube de Nova Venécia. Foto: Rogério Frigerio Piva, 22/05/2011.

Por Rogério Frigerio Piva*



No próximo domingo, 21 de Outubro de 2012, o Grupo de Canção Italiana “Coral Augusto Zaché” e a ASSERDEQ com o apoio da Paróquia São Marcos, vão promover no Centro Comunitário São Marcos o 4º Almoço Italiano, a I Festa da Taiadela.

Além de fortalecer aspectos da cultura deixada pelos imigrantes italianos em Nova Venécia como a gastronomia, música e a dança, bem como a memória da imigração italiana no município, o evento tem objetivo beneficente e busca recursos para as obras do Centro de Reabilitação de Dependentes Químicos e para a manutenção do Grupo de Canção Italiana sem fins lucrativos que atua há mais de 30 anos em Nova Venécia.

Já no sábado, 20 de outubro, por volta da 9:00 horas da manhã haverá o desfile de uma charrete enfeitada pelo centro da cidade anunciando e convidando a todos para festa. À tarde, no Centro Comunitário, o Projeto Imigrantes ES do Arquivo Público do Estado estará atendendo gratuitamente a todos os que desejarem saber mais sobre suas origens.

O domingo, 21 de outubro, será um dia festivo que se iniciará às 10:00 horas com uma Missa Italiana na Igreja Matriz de São Marcos, celebrada pelo Pe. Aldir Roque Loss e com a participação do Coral do Circolo Trentino de Santa Teresa. Após a missa, ainda na Igreja, será mostrado ao público um vídeo homenageando as primeiras famílias italianas estabelecidas em Nova Venécia entre 1888-1897.

Queremos corrigir um equívoco, onde em 1990 se comemorou o centenário quando já eram 102 anos de imigração, bem como, o de que não foi apenas uma dezena de imigrantes que vieram na época, mas sim, mais de 600 imigrantes, entre homens e mulheres, adultos e crianças, no período de 1888-1897, como tem apontado uma minuciosa pesquisa histórica ainda em andamento. Ocorre que na época do dito centenário não houve uma pesquisa exaustiva nas fontes primárias, somente se repetiu o que era dito pela historiografia.

O resgate da memória é o diferencial desta festa, que terá no cardápio a tradicional taiadela (macarrão caseiro), o agnolin, a polenta, frango, lingüiça, queijo e salada, com direito a suco, que serão servidos no Centro Comunitário, logo após a Missa Italiana e a homenagem as famílias pioneiras na Matriz de São Marcos.

Durante o almoço a animação fica por conta dos anfitriões, Coral Augusto Zaché de Nova Venécia, e os seus convidados: Coral da AMITAJ de Jaguaré, Coral do Circolo Trentino de Santa Teresa e o Grupo de dança “I Bambini di Tutti i Colori” de Nova Venécia.

Após se deliciarem com o almoço, os convidados poderão saborear um gostoso café na “Casa da Nonna”, local aconchegante onde, além da sobremesa, será possível apreciar objetos de uso cotidiano das famílias pioneiras ítalo-capixabas.

Além disso, outra presença especial será a da equipe do Projeto Imigrantes ES, desenvolvido pelo Arquivo Público do Estado do Espírito Santo que contará com escritório móvel na festa, onde aquele que desejar, poderá, gratuitamente, pesquisar sobre a chegada de seus ancestrais ao Espírito Santo, bem como, levar para casa o Registro de Entrada de Imigrante contendo dados preciosos para a genealogia e história das famílias.

Os convites individuais estão sendo vendidos pelos membros da ASSERDEQ e do Coral Augusto Zaché pelo valor de R$ 20,00 (vinte reais). O número é limitado, garanta logo o seu. Maiores informações pelo Cel. 9921-8856.


*Rogério Frigerio Piva é natural de Nova Venécia, Professor, Historiador, Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, Autor do Projeto Pip-Nuk (www.projetopipnuk.blogspot.com) e Coordenador do Grupo de Canção Italiana “Coral Augusto Zaché”.

Grupo de Canção Italiana Coral Augusto Zaché comemorando seus mais de 30 anos de existência em Nova Venécia no 3º Almoço Italiano no Lions Clube de Nova Venécia em 2011. Foto: Izabel M. da Penha Piva, 22/05/2011.

Confira a programação da

I FESTA DA TAIADELA:

Sábado (20/10):

• 09:00hs- Desfile pelas ruas do centro de Nova Venécia com membros dos Grupos de Canção e Dança Italiana de Nova Venécia.

• À tarde- No Centro Comunitário São Marcos, atendimento do Escritório Móvel do Projeto Imigrantes ES.

Domingo (21/10):

• 10:00hs- Missa Italiana na Matriz de São Marcos. Exibição de vídeo homenageando as primeiras famílias italianas chegadas na região do atual município entre 1888-1897.

• 11:30hs – Almoço italiano (com taiadela, agnolin, polenta, queijo, lingüiça, galinha, salada) no Centro Comunitário São Marcos com apresentação dos grupos folclóricos: Grupo de Canção Italiana Augusto Zaché, Coral da Associação do Movimento Italiano de Jaguaré (AMITAJ), Coral do Circolo Trentino de Santa Teresa e Grupo de Dança Italiana “I Bambini di Tutti i Colori” de Nova Venécia.

Durante todo o evento atendimento do Escritório Móvel do Projeto Imigrantes ES.

• Também haverá a “Casa da Nonna”, espaço destinado à exposição de objetos e artesanato das famílias ítalo-capixabas. Com direito a café e sobremesa.




ATENÇÃO!!!

Este blog é específico para difusão e estudo do patrimônio natural e cultural do município de Nova Venécia, bem como, tudo que norteia a sua cultura, memória e meio ambiente. A utilização, do material aqui disponibilizado (seja texto ou imagem), por qualquer veículo de comunicação, deve ser previamente solicitada ao Projeto Pip-Nuk por meio do e-mail: projetopipnuk@yahoo.com.br e jamais poderá ser publicada sem menção ao seu autor (quando houver) e ao respectivo blog.